O episódio de repressão à Guerrilha do Araguaia, que deixou cerca de 70 mortos e desaparecidos, terá uma reparação histórica nesta quinta-feira (18). A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça vai a São Domingos do Araguaia, no sul do Pará, para anunciar, em ato público, o resultado do julgamento de 91 processos de anistia política. Todos de camponeses da região, que tiveram suas vidas transformadas na década de 1970 por um episódio ainda obscuro da história do país.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, abrirão a 24ª Caravana da Anistia às 14 horas, na praça da cidade. Será realizada uma sessão de memória, em homenagem aos moradores da região perseguidos pela ditadura – muitos foram torturados, seqüestrados e até assassinados para dar informações que, muitas vezes, não tinham. Em seguida, o resultado dos julgamentos será anunciado pelo presidente da Comissão, Paulo Abrão.
A Comissão de Anistia aproveitará a Caravana para, na sexta-feira (19), realizar sessões complementares de oitivas na chácara da paróquia do município, a partir das 9 horas. Quatro turmas da Comissão tomarão cerca de 90 depoimentos de camponeses, como parte da instrução dos demais processos que aguardam decisão.
No total, foram protocolados 304 pedidos de anistia política referentes à Guerrilha do Araguaia, incluindo requerimentos de militantes (26) e camponeses (278). Após esta Caravana, restarão 191 processos deste que é um dos casos mais complexos da Comissão de Anistia, em razão da dificuldade em obter provas documentais.
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