O volume de água, que arrasou cidades e matou 34 pessoas, deixou também famílias inteiras isoladas às margens do Rio Mundaú. São comunidades que até agora estão excluídas de qualquer ajuda, apesar das toneladas de doações que chegam a todo momento nos municípios atingidos pelas fortes chuvas. Sem luz, água ou qualquer serviço de comunicação, moradores tentam driblar as dificuldades como podem e seguem na esperança de que o apoio chegará — mais cedo ou mais tarde — para todos.
O acesso a esses locais é difícil. Parte da estrada que liga Santana à zona rural desabou. O Correio percorreu o caminho a pé. É tanta lama que o solo parece areia movediça. Depois de meia hora de caminhada, encontramos Maria das Neves Anselmo, de 52 anos. Ela cozinhava milho em um fogão improvisado no quintal de casa. “Estamos nos virando como dá. É que ainda não veio ninguém para ajudar porque a estrada caiu”, comentou.
Neivinha, como é chamada, tem guardado seis ovos, dois pacotes de sal, dois de feijão, café, fubá, banana, milho e macaxeira. “Vamos ter de comer de pouco. Não sei quando vão abrir a estrada”, disse, apreensiva também com a falta do remédio para pressão que precisa tomar diariamente.
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